POVOS INDÍGENAS: CULTURA E IDENTIDADE
O presente trabalho condensa algumas reflexões sobre os povos indígenas no Brasil, para se pensar em grupos indígenas, deve-se pensar em cultura, em identidade e com base em Franz Boas, considerado o inventor da etnografia, o qual apresenta obras que expressam uma nítida tentativa de pensar a diferença entre os grupos humanos, ao passo que pesquisas do etnólogo demonstram que tal distinção é atribuída a fatores culturais. Boas com sua visão particularista, busca fugir do etnocentrismo no estudo da cultura, pois cada sociedade representa uma totalidade singular. Conclui num princípio ético que a dignidade de cada cultura e exalta o respeito e a tolerância em relação a culturas diferentes. Assim, o olhar direcionado aos grupos indígenas não deve ser simplório e generalizado, pois cada aldeia possui sua singularidade e identidade, a qual se define por ser um processo de criação de sentido pelos grupos e pelos indivíduos, tem sua pauta nas ações e no discurso, pois quando se afirma algo, nega outros.
O Brasil tem uma cultura essencialmente indígena e em todo território nacional há diversas aldeias que se caracterizam pelo multiculturalismo. A princípio vivia aproximadamente cinco milhões de indígenas com mais de mil etnias diferentes na costa brasileira. Atualmente há cerca de 220 etnias, isso significa que com o tempo povos indígenas foram desaparecendo, o que é lamentável, pois com eles foram também a riqueza de sua cultura.
Podemos destacar dentro da cultura indígena, diversos fatores que diferenciam num contexto global mais amplo, a casa, a família, o trato de crianças e idosos, cerimônias, ritos de passagem e de cura são ricos, aliados a sua peculiar relação com a natureza e forma de trabalho que os valoriza como célula e os identifica como seres humanos privilegiados.
A família é à base da sociedade indígena, ninguém pode viver sozinho. Cada pessoa tem seu papel e sua importância, o homem busca o alimento através da pesca ou da caça e a mulher é responsável por preparar os alimentos. As crianças são sagradas e livres para fazerem o que querem Dentro desse parâmetro de célula familiar as crianças crescem cercadas de carinho, são de responsabilidade de toda a tribo. Crescem livres, experimentando a natureza, no convívio com a família.
Antigamente não havia escolas nas aldeias. A escola era a vida. Atualmente há em muitas tribos o ensino nos moldes ocidentais, onde crianças e jovens aprendem português, matemáticas e outras ciências, preparando-se para a vida moderna, esta que trouxe para as tribos televisão, computadores, vídeos, etc. Esses recursos ajudam o povo indígena a se comunicar e se fortalecer, porém pode influenciar de forma negativa, afastando as novas gerações do conhecimento tradicional.
A velocidade dos meios de comunicação acarreta em identificações “globais” e novas identificações “locais”, ou seja, estabelecendo novos padrões provocando uma crise de identidades. O indivíduo consciente e crítico saberá compreender e examinar as mensagens transmitidas nos meios de comunicação. Assim, é determinante o papel dos mais velhos para manter vivo os costumes, os rituais e a transmissão de sua importância. Para que a tribo tenha sua identidade afirmada. As histórias do passado, os mitos que guardam o ensinamento, são patrimônios dos mais velhos, que compartilham com a aldeia esse conhecimento transmitido de geração em geração. Eles também orientam e ajudam a decidir a vida da comunidade.
Segundo Agostinho Kaxinawá, “as crianças são a esperança da continuidade do nosso povo e os velhos são o conhecimento e a sabedoria dos antepassados”.
As tribos constroem suas casas com madeiras e palhas extraídas da floresta e adaptadas para as necessidades do cotidiano, são estruturas que formam círculos ou ferraduras, com o pátio de cerimônia no centro.
A casa é um lugar de convivência e aprendizado, onde se repousa, restauram-se as energias, prepara e compartilha o alimento. Sendo um território essencialmente feminino, onde as mulheres exercem seu poder. São elas que geram a vida, alimentam a família, transmitem a cultura e os conhecimentos milenares para as crianças e aconselham os maridos nos assuntos da comunidade e na política local.
O pátio da aldeia é território masculino, onde os jovens exercitam seu corpo e espírito para a sobrevivência, também se discute as questões políticas, resolvem-se os problemas e acontecem as cerimônias.
As cerimônias e rituais marcam a vida, definindo o tempo, as mudanças sociais, os conflitos, os acordos, os períodos de plantar, colher, as curas, os funerais. Tudo é explicado pelos mitos. E, nos rituais, o ensinamento dos mitos é revivido. Os cantos, as danças, os adornos e os objetos, rituais são formas de comunicação com os espíritos se conduzem os mortais por caminhos mágicos dentro das cerimônias.
Um pajé ou xamã é uma pessoa de muito poder, que faz a ligação do mundo real com o mundo dos espíritos. Ele cuida do equilíbrio das forças da natureza e da alma para que tudo esteja bem e em paz.
O casamento é diferente para cada etnia e envolve, às vezes, rituais complexos ou apenas a troca de presentes. Mas para o grupo que preserva a tradição, é sempre um acordo político entre as famílias. Dá à sustentação á comunidade, promove o equilíbrio entre os clãs. A união de homem e mulher é o principio de uma nova célula familiar, a junção de forças complementares que são à base da vida e a garantia da manutenção da união da tribo.
Os povos nativos têm técnicas avançadas apropriadas as suas necessidades. Sabem transformar o que a natureza oferece, sem destruí-la mantendo o seu equilíbrio. A matéria prima encontrada se transforma em arquitetura sofisticada, em utensílios, em cerâmicas, em redes e esteiras, em tecidos e adornos.
Toda cultura material dos povos nativos está carregada de princípios e objetivos, de valores estéticos e sociais. O talento dos artistas está a serviço da manutenção da tradição do povo, da continuidade de sua identidade.
No entanto, segundo comentário de Ailton Krenak, um dos fundadores do Núcleo de Cultura Indígena em 1983, os acontecimentos, ritos e características relacionadas ao índio são sempre emblemáticos (caricaturados) e infelizmente as pessoas ainda tem uma visão muito limitada sobre o índio. O índio está por todo território nacional, vivendo segundo sua cronologia e cultura particular e pensar na sua educação diferenciada é imprescindível. Qual o sentido então da pedagogia na educação Indígena? Quais olhares dispõem para (re) pensar a cultura e imagem do índio?
Embora não tenha escrito especificamente sobre a educação indígena, Paulo Freire acredita que o ato de ensinar requer a aceitação do novo e a rejeição de qualquer forma de discriminação. Para ele “a prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.” (1996, p. 36)
A escola assim passa a conviver com o cotidiano do índio que as vê como uma ponte de ligação com o mundo e com a modernidade, que traz pontos positivos e negativos.
Assim, para o indigenista Orlando Villas Bôas dentro desse processo de interação com o mundo identifica-se a aculturação do índio, que preso a modernidade afasta-se do conhecimento tradicional da tribo, sendo que este processo não é igual para todos, pois não significa que usando a tecnologia ou materiais normalmente utilizados nas sociedades modernas o índio irá sofrer um processo de aculturação. O importante é que o índio não perca suas raízes, sua cultura. Ademais, Bôas ainda crê numa possível extinção do índio se não forem paralisadas as políticas que temos hoje, onde os direitos dos povos indígenas à terra não são respeitados e a demora na aplicação dos recursos para as tribos indígenas compromete profundamente a vida destes.
REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36º Ed. São Paulo; Paz e Terra, 1996.
sábado, 17 de outubro de 2009
Evasão na Educação de Jovens e Adultos
Resumo: Este artigo tem como tema a evasão na Educação de Jovens e Adultos, abordando questões como a carência dos alunos, dos professores e da escola que atende a EJA. Falar da EJA deve-se antes de tudo procurar entender quem são seus alunos e a situação a qual estes se encontram, pois compreendendo essa realidade torna-se mais evidente as mudanças necessárias e cabíveis. Lembrando que, o currículo deve ser vivo, construído especialmente para o público o qual vai atender e levar em consideração todos os aspectos da realidade do alunado. Além de um currículo adaptado é necessário que a escola seja um espaço agradável, propício e digno para receber os alunos. Assim, este artigo trabalha estas e outras questões que envolvem a evasão na Educação de Jovens e Adultos.
Palavras - chave: Evasão; Carência; Currículo; Ensino; Realidade.
EJA: carência e evasão
A EJA vem ganhando alunos em todo o Brasil, conforme a reportagem da revista Nova Escola on–line, de novembro de 2003 que, "(...) já são mais de 4,2 milhões de alunos em todo o país". Com isso, vemos que esse não é um projeto simples ou de iniciativa unicamente do Brasil, pois existe uma grande pressão interna e externa buscando incessantemente a erradicação do analfabetismo.
A EJA atende a uma clientela em sua maioria de baixa renda, são pessoas que por motivos financeiros e outros tiveram que adiar seus estudos, muitas das alunas trabalham em casa de família, são mulheres que demonstram ansiedade para aprender a ler, escrever e realizar operações matemáticas. Há também muitos jovens que tiveram que deixar os estudos para trabalhar e ajudar com a renda familiar. Esses alunos são pessoas pouco politizadas, com um nível crítico e questionador não muito desenvolvido, o medo de errar deles muitas vezes os impede de realizar as atividades.
Porém, são poucos os alunos da EJA que concluem os estudos, a realidade da Educação de Jovens e Adultos é muito triste no aspecto da evasão escolar.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas. O estudo mostra que 40,3% dos alunos nessa faixa etária que abandonaram a escola o fizeram por falta de interesse, 27,1% por razões de trabalho ou renda, 10,9% por falta de oferta e 21,73% por motivos diversos.
O maior percentual de falta de interesse como justificativa para o abandono na escola foi em Tocantins: 59%. Em Sergipe (42%) e em Santa Catarina (38%) houve o maior número de respostas indicando demanda por trabalho e renda como o motivo da evasão. Das jovens que indicaram “outros motivos”, 46% falaram em gravidez.
Para o coordenador da pesquisa, o economista Marcelo Neri, o resultado mostra que manter o jovem na escola não é apenas uma questão econômica: — É preciso criar e atender a demanda por educação. Garantir a atratividade da escola.
Garantir a permanência do aluno na EJA é o grande desafio do professor, pois a Educação de Jovens e Adultos sofre discriminação por parte dos governos e da sociedade. Sua criação tem cunho de política pública compensatória.
Os alunos vêm geralmente de uma jornada árdua de trabalho, muitas vezes cansado e com fome para a escola, porém esta não oferece merenda, fornece apenas o espaço para estudo, este muitas vezes mal iluminado e pouco arejado o que dificulta ainda mais o estudo.
Além das dificuldades os alunos da EJA não têm um acervo de livros criado especialmente para eles, não possui uma variedade de recursos didáticos tecnológicos e não tecnológico e as atividades acabam muitas vezes se limitando à cópias do quadro negro o que as torna pouco atrativas e dinâmicas, o que deixa ainda mais difícil a permanência dos alunos na escola.
Lembrando que, o professor que atua na EJA vem de uma exaustiva carga horária de trabalho e procura complementar sua renda ministrando o máximo de aulas possíveis, isso acaba por desgastar o professor, interferindo na qualidade do ensino, já que este terá pouco tempo para planejar suas aulas e pouca energia e disposição para ministrá-la.
Para mudar essa realidade
O currículo desenvolvido para a EJA deve ter como base a importância de ensinar não apenas para aprender a ler e escrever, mas educar o aluno com interesse de politizá-lo, colocá-lo como agente dentro da sociedade.
A desistência por falta de interesse é um motivo muito sério e que pode ser revisto, as atividades em sala de aula são de autonomia do professor e este tem como planejá-las de acordo com seu público alvo, lembrando que é imprescindível que o professor conheça seu alunado.
Buscar desenvolver um pensamento autônomo não só em relação às áreas do conhecimento, mas da autonomia pessoal/individual. Estimular debates e atividades de socialização que envolva temas atuais e do cotidiano é um caminho a ser percorrido, o qual poderá ajudar a trazer inferências dos alunos a respeito dos temas abordados.
As transformações no mundo são cada vez mais evidentes, o homem provoca mudanças na natureza e ao seu redor, mudanças essas que interferem diretamente na vida de todos. A educação atual deve ter como objetivo buscar compreender essas transformações, principalmente nos campos do saber da geografia física, geografia humana, sociologia e a biologia.
Outro sim é a possibilidade de tornar as aulas mais vivas, levantar questões para debates que levem o aluno a compreender o seu meio e a perceber ângulos diferentes a respeito dos temas abordados, como por exemplo, a organização do espaço, paisagem, organização social, meio de transportes, modo de vida, entre outros.
Nesse entendimento, cabe ressaltar as críticas narrativas do educador Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da Autonomia:
(...) O caminho autoritário já é em si uma contravenção à natureza inquietamente indagadora, buscadora, de homens e de mulheres que se perdem ao perderem a liberdade.
É exatamente por causa de tudo isso, como professor, devo estar advertido do poder do discurso ideológico, começando pelo que proclama a morte das ideologias. Na verdade, só ideologicamente posso matar as ideologias, mas é possível que não perceba a natureza ideológica do discurso que fala de sua morte. O discurso ideológico nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, de distorcer a percepção dos fatos, das coisas, dos acontecimentos. (FREIRE, 1996, p.132)
O tempo do aluno e do professor na escola deve ser de qualidade intelectual, produtiva e o ambiente deve oferecer condições dignas e humanas, buscar indagar, questionar os fatos que nos envolvem, perceber as ideologias são situações que devem cercar o aluno da EJA.
Pessoas com mais de 15 anos - mesmo na condição de alunos - não são crianças crescidas. O trato infantilizado é um dos motivos da evasão nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e nasce com a idéia equivocada de que se deve dar ao estudante, jovem ou adulto, o que ele não teve quando criança. Por causa disso, é preciso também mudar a abordagem e, muitas vezes, o conteúdo. Trabalhar com material didático infantil sem levar em conta as expectativas de aprendizagem e os conhecimentos prévios é um equívoco.
A EJA tem de ser encarada como um atendimento específico, que pede um currículo próprio. Só assim o grupo vai aprender e tomar consciência do que está fazendo. Se o educador quiser abordar a origem do ser humano, deve tratar o tema de forma adulta, com respeito à diversidade religiosa - sem se desviar das propostas curriculares - e aprofundar a discussão científica, mais do que faria numa turma de crianças. Cantigas e parlendas - usadas na alfabetização dos pequenos - podem ser substituídas por poesias e textos atrativos mais apropriadas para os leitores mais velhos.
Paulo Freire diz em seu livro "A Pedagogia do Oprimido" que não há nada melhor para o desenvolvimento dos alunos, que o respeito aos conhecimentos com os quais o aluno já chega ao adentrar a escola, sendo o dever do professor e mesmo da instituição o de instigar para que esses conhecimentos sejam ampliados e até mesmo melhor, entendidos em um contexto amplo.
Portanto, a escola não é o único lugar onde o aluno adquire conhecimento, e ainda há questionamentos que afirmam ter a escola uma estrutura de leis e toda uma programação que não permite o desenvolvimento do aluno a seu tempo e assim não permitindo que o aluno venha a desenvolver suas habilidades.
Outra questão que preocupa o professor da EJA é sobre qual seria a forma correta de avaliar esse aluno, evidenciando as peculiaridades desse público impõe, pois cabe ao professor reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos alunos, para poder ajudá-los a superar suas dificuldades e avançar na aprendizagem.
A consciência de que enquanto não se investir na qualidade da educação e nos professores, oferecendo um ambiente agradável e que atenda as necessidades dos alunos, os problemas de evasão, repetência, exclusão e tantos outros continuarão existindo e a escola continuará, cada vez mais, a se afastar da sua real missão que vai muito além de ensinar a ler e escrever.
Referência
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35º ed. São Paulo: Paz e Terra. 1996.
*não copie, use como apoio e referência.
ESCOLA ATIVA
A escola nova foi o movimento pedagógico cultural mais importante da Europa e Estado Unidos nas primeiras décadas do século XX, que rompeu com a educação tradicionalista passiva, rotineira e autoritária.
A escola ativa é uma forma de enfrentar os inúmeros problemas enfrentados pelo sistema educacional, principalmente em áreas carentes; problemas que não se limitam a estrutura física e verbas governamentais, problemas que atingem a maior parte da população desfavorecida socialmente e economicamente, a reprodução de um sistema que visa manter seus paradigmas com base numa educação alienada, ou seja, não se preocupa em motivar o aluno a desenvolver um pensamento critico e uma conduta participativa.
Assim, a escola ativa é uma resposta aos alunos que chegam a quarta série sem entender o que lêem e sem capacidade de se comunicar por escrito, ao ensino passivo e que enfatiza a memorização, ao baixo rendimento do professor e do aluno, à elevada taxa de evasão e repetência.
Nesse sentido, a busca para melhorar a qualidade do ensino, requer que o aluno saiba compreender o que lê, comunicar-se por escrito e oralmente, fazer operações aritméticas básicas, observar e aprender com sua própria realidade e ser capaz de resolver problemas de seu próprio cotidiano. Para alcançar esses objetivos é necessário mudar o paradigma da escola, ou seja, reformular a maneira de agir dentro da escola (alunos enfileirados, cópias, memorização, excessiva individualidade, baixa participação, falta de liberdade para se expressar, avaliação classificatória, horários rígidos e relações verticais).
A educação não deve ser restrita e mecânica numa inferência de Nietzsche o filósofo e professor Schulz afirma:
Os atos não devem ser ensinados ao aprendiz de forma como o Positivismo ensinava (tecnicista/mecânica/repetitiva), mas deve, isto sim, apresentar como e onde o indivíduo poderá utilizar aquele conhecimento adquirido em sua vida prática, pública e privada. Portanto a educação, em última instância, deve ser estética, permitindo ao homem desenvolver a criatividade sobre o fato. Só assim poderá se revelar algum gênio e, então, para Nietzsche, o homem escapará do niilismo, do sem sentido e da mediocridade causados pela vida maquinal, automática que o modo de vida proposto pela Modernidade trouxe. (SCHULZ, 2007, p.20)
Alguns dos princípios da escola ativa é o afeto, vincula a cabeça ao coração, a razão ao sentimento e o cognitivo ao afetivo; a experiência natural, estímulo as novas experiências; adaptação do ambiente, favorecer e propiciar o aprendizado; a experiência da própria atividade do educando; o bom professor é aquele que possui a teoria coerente com a prática, pois este é um modelo e influenciador; o anti-autoritarismo e a co-gestão, desenvolvimento da inteligência e autonomia por sua própria atividade envolve também participação ativa e deliberativa na definição de regras e da convivência da comunidade escolar; atividade grupal favorece o desenvolvimento intelectual e moral dos alunos á medida em que a interação; atividade lúdica brincar transforma-se num fator muito importante para o aluno aprender a produzir, respeitar e aplicar regras, pois o ajuda a preparar-se para a vida com criatividade e com sentido de curiosidade e exploração.
Portanto o que a escola ativa propõe é valorizar e incentivar o trabalho em grupo; respeito ao conhecimento e opinião do aluno; dar liberdade para ele se expressar; estimular a autonomia do educando, numa perspectiva de formação integral do sujeito, ou seja, levar em consideração os aspectos cognitivos, sócio-afetivos e psicomotores; visa uma aprendizagem centrada no aluno, com horários flexíveis, e respeito ao ritmo de aprendizagem do educando; avaliação permanente dos processos com os alunos, corrigindo o que se faz necessário e destacando os pontos positivos e oferecendo realimentação imediata; lembrando que o aprendizado não ocorre somente dentro da sala de aula, portanto a escola ativa valoriza os espaços externos; proporcionando a participação ativa da comunidade no funcionamento da escola.
Dentro desse modelo escolar o aprendizado é essencialmente ativo, o que permite ao aluno desenvolver habilidades, fomenta valores e atitudes e adquire conhecimentos fundamentais e essenciais para a vida, pois o aprendizado passa a ser significativo, fugindo do padrão tradicional de cópia e memorização, o que acarreta num conhecimento superficial e passageiro.
O educador deve motivar o aluno a pesquisar, conhecer e mudar o que se faz necessário “o que está condicionado, mas não determinado”. Os indivíduos passam assim, a serem sujeitos e não apenas objeto da história, negando as situações como fatalidades e sim buscar estímulo para mudá-las. Assim, “Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política constato não para me adaptar mas para mudar.” (p.77). O educador não deve inibir ou dificultar a curiosidade dos alunos, muito pelo contrário, deve estimulá-la, pois dessa forma desenvolverá a sua própria curiosidade, sendo ela fundamental para evocar a imaginação, transformação, etc.
Afinal,
Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo,por isso mesmo,muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. (p. 69)
Sabe-se que o ensino fundamental deve estimular na criança atitudes de cooperação, participação, comportamento democrático, tolerância a diversidade, resolução de conflitos, solidariedade, ajuda mútua, trabalho coletivo, preferencialmente os de vivências concretas e bons exemplos. Estimulando a capacidade da criança a desenvolver um pensamento autônomo e de leitura de sua realidade.
Portanto uma educação que valorize e respeite o educando sua realidade é mais que necessário para poder obter êxito, é preciso uma educação que ajude o aluno a compreender sua identidade e a identidade de sua comunidade, que instigue ele a compreender os problemas de sua realidade, a raiz desses problemas e que o faça buscar mudanças e melhorias para si e para sua comunidade. Assim, a escola ativa deve ter a preocupação com a valorização das atividades desenvolvidas no campo e da importância do coletivo.
É preciso acreditar na mudança, fugir do determinismo que enrijece a sociedade e faz os problemas se perpetuarem, pois as coisas estão e não são de determinada maneira, segundo Paulo Freire,
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
Enfim, a escola ativa educa para a liberdade, a paz a tolerância, o respeito mútuo a convivência sadia, a solidariedade, a cooperação, a tomada de decisões e a autonomia, entendida como a liberdade que tem para agir livremente assumindo as responsabilidades necessárias. Forma a criança para cumprir deveres e exercitar seus direitos, para desempenharem de forma efetiva e satisfatória seu papel como cidadão pleno.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996.
SCHULZ, N. L. Gerson. (org.). Nietzsche: a educação contra a cultura. In: Educação ser, saber, fazer. Porto Alegre: Alcance, 2007. p.13 a 25.
*não copie, use essas informações como apoio e referência.
A escola nova foi o movimento pedagógico cultural mais importante da Europa e Estado Unidos nas primeiras décadas do século XX, que rompeu com a educação tradicionalista passiva, rotineira e autoritária.
A escola ativa é uma forma de enfrentar os inúmeros problemas enfrentados pelo sistema educacional, principalmente em áreas carentes; problemas que não se limitam a estrutura física e verbas governamentais, problemas que atingem a maior parte da população desfavorecida socialmente e economicamente, a reprodução de um sistema que visa manter seus paradigmas com base numa educação alienada, ou seja, não se preocupa em motivar o aluno a desenvolver um pensamento critico e uma conduta participativa.
Assim, a escola ativa é uma resposta aos alunos que chegam a quarta série sem entender o que lêem e sem capacidade de se comunicar por escrito, ao ensino passivo e que enfatiza a memorização, ao baixo rendimento do professor e do aluno, à elevada taxa de evasão e repetência.
Nesse sentido, a busca para melhorar a qualidade do ensino, requer que o aluno saiba compreender o que lê, comunicar-se por escrito e oralmente, fazer operações aritméticas básicas, observar e aprender com sua própria realidade e ser capaz de resolver problemas de seu próprio cotidiano. Para alcançar esses objetivos é necessário mudar o paradigma da escola, ou seja, reformular a maneira de agir dentro da escola (alunos enfileirados, cópias, memorização, excessiva individualidade, baixa participação, falta de liberdade para se expressar, avaliação classificatória, horários rígidos e relações verticais).
A educação não deve ser restrita e mecânica numa inferência de Nietzsche o filósofo e professor Schulz afirma:
Os atos não devem ser ensinados ao aprendiz de forma como o Positivismo ensinava (tecnicista/mecânica/repetitiva), mas deve, isto sim, apresentar como e onde o indivíduo poderá utilizar aquele conhecimento adquirido em sua vida prática, pública e privada. Portanto a educação, em última instância, deve ser estética, permitindo ao homem desenvolver a criatividade sobre o fato. Só assim poderá se revelar algum gênio e, então, para Nietzsche, o homem escapará do niilismo, do sem sentido e da mediocridade causados pela vida maquinal, automática que o modo de vida proposto pela Modernidade trouxe. (SCHULZ, 2007, p.20)
Alguns dos princípios da escola ativa é o afeto, vincula a cabeça ao coração, a razão ao sentimento e o cognitivo ao afetivo; a experiência natural, estímulo as novas experiências; adaptação do ambiente, favorecer e propiciar o aprendizado; a experiência da própria atividade do educando; o bom professor é aquele que possui a teoria coerente com a prática, pois este é um modelo e influenciador; o anti-autoritarismo e a co-gestão, desenvolvimento da inteligência e autonomia por sua própria atividade envolve também participação ativa e deliberativa na definição de regras e da convivência da comunidade escolar; atividade grupal favorece o desenvolvimento intelectual e moral dos alunos á medida em que a interação; atividade lúdica brincar transforma-se num fator muito importante para o aluno aprender a produzir, respeitar e aplicar regras, pois o ajuda a preparar-se para a vida com criatividade e com sentido de curiosidade e exploração.
Portanto o que a escola ativa propõe é valorizar e incentivar o trabalho em grupo; respeito ao conhecimento e opinião do aluno; dar liberdade para ele se expressar; estimular a autonomia do educando, numa perspectiva de formação integral do sujeito, ou seja, levar em consideração os aspectos cognitivos, sócio-afetivos e psicomotores; visa uma aprendizagem centrada no aluno, com horários flexíveis, e respeito ao ritmo de aprendizagem do educando; avaliação permanente dos processos com os alunos, corrigindo o que se faz necessário e destacando os pontos positivos e oferecendo realimentação imediata; lembrando que o aprendizado não ocorre somente dentro da sala de aula, portanto a escola ativa valoriza os espaços externos; proporcionando a participação ativa da comunidade no funcionamento da escola.
Dentro desse modelo escolar o aprendizado é essencialmente ativo, o que permite ao aluno desenvolver habilidades, fomenta valores e atitudes e adquire conhecimentos fundamentais e essenciais para a vida, pois o aprendizado passa a ser significativo, fugindo do padrão tradicional de cópia e memorização, o que acarreta num conhecimento superficial e passageiro.
O educador deve motivar o aluno a pesquisar, conhecer e mudar o que se faz necessário “o que está condicionado, mas não determinado”. Os indivíduos passam assim, a serem sujeitos e não apenas objeto da história, negando as situações como fatalidades e sim buscar estímulo para mudá-las. Assim, “Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente. No mundo da História, da cultura, da política constato não para me adaptar mas para mudar.” (p.77). O educador não deve inibir ou dificultar a curiosidade dos alunos, muito pelo contrário, deve estimulá-la, pois dessa forma desenvolverá a sua própria curiosidade, sendo ela fundamental para evocar a imaginação, transformação, etc.
Afinal,
Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo,por isso mesmo,muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. (p. 69)
Sabe-se que o ensino fundamental deve estimular na criança atitudes de cooperação, participação, comportamento democrático, tolerância a diversidade, resolução de conflitos, solidariedade, ajuda mútua, trabalho coletivo, preferencialmente os de vivências concretas e bons exemplos. Estimulando a capacidade da criança a desenvolver um pensamento autônomo e de leitura de sua realidade.
Portanto uma educação que valorize e respeite o educando sua realidade é mais que necessário para poder obter êxito, é preciso uma educação que ajude o aluno a compreender sua identidade e a identidade de sua comunidade, que instigue ele a compreender os problemas de sua realidade, a raiz desses problemas e que o faça buscar mudanças e melhorias para si e para sua comunidade. Assim, a escola ativa deve ter a preocupação com a valorização das atividades desenvolvidas no campo e da importância do coletivo.
É preciso acreditar na mudança, fugir do determinismo que enrijece a sociedade e faz os problemas se perpetuarem, pois as coisas estão e não são de determinada maneira, segundo Paulo Freire,
Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina.
Enfim, a escola ativa educa para a liberdade, a paz a tolerância, o respeito mútuo a convivência sadia, a solidariedade, a cooperação, a tomada de decisões e a autonomia, entendida como a liberdade que tem para agir livremente assumindo as responsabilidades necessárias. Forma a criança para cumprir deveres e exercitar seus direitos, para desempenharem de forma efetiva e satisfatória seu papel como cidadão pleno.
Referências
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996.
SCHULZ, N. L. Gerson. (org.). Nietzsche: a educação contra a cultura. In: Educação ser, saber, fazer. Porto Alegre: Alcance, 2007. p.13 a 25.
*não copie, use essas informações como apoio e referência.
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